domingo, 10 de abril de 2011

Salve Ogum! Ogum yié! Ogunhê!

Ogum é a divindade masculina iorubá que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal, é o arquétipo do guerreiro. Sua figura é associada à luta, à conquista, e a força. Depois de Exú está mais próximo dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada pela umbanda; seu sincretismo é São Jorge que é um tradicional guerreiro dos mitos católicos, também lutador, destemido e com iniciativa.

Em uma das lendas iorubás, Ogum não se preocupava em administrar o reino do seu pai, Odudua. Foi substituto do pai em alguns trabalhos e não gostava de ficar parado no palácio. Sempre estava com algum romance com as moças da região e arrumava brigas com os namorados delas. Criou assim uma imagem política desmoralizante e por isso acabou sendo enviado para o que mais gostava de fazer: lutar para conquistar territórios.

Se pensarmos na lenda, Ogum é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em administrar os resultados delas.

É o senhor do ferro sendo o padroeiro de todos os que o manejam. É também o orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. É o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão.

Comparando com os signos, em Áries tem a energia da explosão criativa e indomada, é inesgotável como Capricórnio e possui a visão prática, utilitária e a determinação na busca de objetivos, além da capacidade de trabalho do Touro.

Ogum não se interessa por atividades que exijam tempo, paciência e sutilezas diplomáticas; gosta mesmo de falar diretamente a verdade sem ter que se preocupar num discurso para cada pessoa. Tem uma arrogância demasiada para modificar seu modo de falar e ter de pensar que o que é lógico e válido para ele pode não ser para outros. Pouco se importa com a comodidade e dispensa o luxo.

Seus gostos vem da simplicidade como dormir no chão, pois precisa estar em contato direto com a natureza, dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila. Ele não é do tipo austero e sim sério. Quando fica irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo.

Em relação ao amor, quando apaixonado, sua sexualidade é devastadora e não se contenta em esperar nem aceitar a rejeição. Fora da guerra é o Orixá da alegria, da diversão, da delícia de viver, especialmente no contato com amigos. Gosta de ter muita gente em volta ouvindo suas histórias. Seu número é o sete.

O Arquétipo dos filhos de Ogum, nos aspecto psicológico mostra um comportamento violento, impulsivo, conceito de honra, sendo incapaz de perdoar as ofensas sérias de que é vítima. Mas sempre termina tudo com uma boa gargalhada por ter reconhecido no adversário uma espécie de cúmplice de jogo. Gosta de guerrear a sério ou de brincadeira, apenas para medir forças. Os homens e mulheres que tem Ogum como seu orixá de cabeça vão ter comportamentos diferentes de acordo com o segundo orixá que os influencia (o ajuntó), podendo atenuar sua tonalidade sangüíneo-passional ou aumentá-la ao extremo. De qualquer forma, terão em comum alguns traços como serem conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar ou pessoa por muito tempo, apreciadores das novidades tecnológicas, dos novos caminhos da ciência e de novas formas de desempenho profissional. Os filhos desse Orixá são pessoas curiosas e resistentes as mudanças, com grande capacidade de concentração no objetivo a ser conquistado, tem grande coragem, franqueza absoluta (chegando mesmo a falta de tato), rudez e líder nato.

Em termos físicos tende a ser esguio, musculoso e atlético, mas não necessariamente volumoso. Tudo em Ogum se aproxima do conceito de despojamento, do ser que não tem tempo para ser vaidoso, por que está sempre de passagem. A vida dos filhos deste orixá é movimentada, sua casa tem poucos móveis, quase nunca de estilo antigo e de características barrocas, com cantinhos difíceis de limpar. Será um lar austero, com poucas peças, sempre muito práticas, deixando grandes espaços vazios, o importante para ele não é criar um ambiente harmonioso, mas ter cadeiras para sentar, mesa para servir as refeições ou trabalhar e pronto.


Já em relação ao culto do orixá, terça-feira é seu dia. Sua cor é o azul-índigo em alguns terreiros ou o vermelho ou ainda, o vermelho e branco. Sua saudação é Ogunhê, seu elemento é o ferro, seus domínios são os caminhos e as guerras, seus instrumentos de atuação são a espada e o escudo. Dentre os Oguns mais conhecidos temos Ogum Iara, Ogum Megê, Ogum Beira Mar, Ogum Sete Ondas, Ogum Damasciano, Ogum Xoroquê, Ogum Sete Espadas, Ogum Matinada, Ogum Naruê, Ogum Sete Lanças, Ogum de Ronda entre outros.

Dia 23 de abril é comemorado seu dia e pessoas do Brasil inteiro participam de grandes festas dentro das religiões africanas e na Umbanda. É este o dia magístico para os pedidos de força pessoal, de coragem, de determinação e de agradecimento pelas conquistas realizadas.


Salve nosso Pai Ogum!!!

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