segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Agosto, mês de Obaluaê e Omulu

No mês de agosto se comemora o orixá Omulu e Obaluaê. Omulu onde “omó”, em Yorubá, significa filho, menino. Esse orixá tem a propriedade de transformar a evolução humana. É um orixá fundamental em todos os Axés. Relaciona-se com todos os orixás, já que o elemento terra é a base de todos os outros três elementos da natureza: água, ar e o fogo, que nasce de dentro da terra.
São Lázaro
Obaluae pelo sincretismo da Umbanda.

Orixá que está diretamente relacionado com a fertilidade da terra (prosperidade), sendo um orixá muito rico. Também está ligado às doenças infecciosas que causam febre, doenças epidêmicas, às doenças de pele, e às doenças da gravidez. Omolu é o orixá que protege o homem dos efeitos maléficos causados pro todos estes processos.
Filho de Oxalá e Nanã tem como símbolo o Xaxará, objeto que representa a imagem coletiva dos ancestrais. E sendo Onilé “Mãe terra” (o grande ventre), Omolu é a simbologia do ventre fecundado e de todos os espíritos contidos na terra.
Na Umbanda, Omulu e Obaluaê compartilham da mesma energia, sendo que o primeiro é conhecido como o mais velho e o segundo o mais novo.

Pra que serve essa tal mediunidade?

Muitas vezes pensei, logo que comecei minha escolha espiritual, mas pra que será que serve essa tal mediunidade? Comigo não foi assim, mas presenciei uma mediunidade em desenvolvimento com muitas turbulências, amnésias temporárias, quedas físicas, falta de energia, entre outras coisas. Então, qual o sentido de se vir médium se o sofrimento é inevitável? Será que a dor física, a dor da rejeição dos outros, a dor de se sentir isolado, imcompreendido, endoidecido vale a pena diante do desenvolvimento mediúnico? Qual sentido pra tudo isto?
Tantas questões, na cabeça de uma pessoa de 23 anos e que apenas agora mais de 10 anos depois, estão claramente respondidas. A resposta veio ao longo desta jornada de encontro pessoal.
Essa tal mediunidade serve para se descobrir, para se reconhecer e se reconstruir a cada obstáculo. É com essa tal mediunidade que fazemos escolhas e que mudamos nossos valores, é que caminhamos ao lado do amor e da luz e a cada dia vale mais a pena, principalmente quando sentimos a gratidão e meiguice do preto velho, o sorriso do caboclo, a alegria do baiano, a inocência sábia das crianças, a descontração do marinheiro, a disciplina do boiadeiro, a magia do cigano, a força do exú, a sensualidade da pomba gira, a peraltice do exú mirim, a vibração dos orixás, o conhecimento dos médicos, a sabedoria dos mestres orientais, a luz dos freis e madres e além disto tudo, a mudança que acontece em nossos irmãos de fé.
Não me sinto especial por ter essa tal mediunidade, de verdade, me sinto grata por poder trabalhar com irmãos espirituais maravilhosos, por ter encontrado minha família espiritual nos meus irmãos de umbanda e por poder praticar a maior lição que Jesus nos deixou: a caridade, comigo mesma, com meus amigos, com minha família, com os desconhecidos do caminho e com os assistidos que buscam com os guias palavras salutares.
Por tudo isto e muito mais que as palavras não alcançam é que essa tal mediunidade serve! Aos que começam agora lembrem-se que este é apenas o começo e nunca é tarde demais para se reconstruir, aos que já começaram, independente do tempo que faça, lembrem-se que nunca é tarde demais para se reciclar!
Paz e luz!